quinta-feira, 19 de maio de 2011

DICA PARA PESCA DO ROBALO: Eficiência na paradinha

O trunfo das iscas suspending para a pesca do robalo.

 

isca artifical GHOST BAIT da POSEIDON

Se o robalo não abocanha nenhuma das tradicionais iscas de superfície e meia-água que você trabalha com tanto esmero, é hora de empregar aquele grupo de iscas que não flutuam nem afundam quando não são recolhidas: são os plugs suspending, verdadeiros trunfos para pescar no rio dos mangues nos dias em que o robalo está mais sonolento.

Uma das modalidades mais praticadas em nosso país, a pesca do robalo com iscas artificiais, que seja no mangue, nas ilhas e costeiras ou ainda nas confluências de rios, baías e canais, quando acontecem em superfície, causam sempre uma grande descarga de adrenalina no pescador com os saltos espetaculares do peixe que luta para livrar-se da isca. Mas nem sempre é esse o cenário, já que o robalo é manhoso e, frequentemente, não se presta a desferir seus famosos “golpes” na flor d’água. Os motivos dessa sonolência são as mudanças no ambiente e climáticas, a exemplo da limpidez da água, das mudanças de marés, das entradas de frentes frias e de alterações bruscas na pressão atmosférica. Estes fatores influenciam drasticamente os peixes, principalmente na região Sul, tornando-os praticamente inativos. Nas marés de menor força (em baixa amplitude), o peixe tende a ficar mais desconfiado e seletivo, chegando até mesmo à sonolência, o que o leva a ficar indeciso. Ao contrário, quando a maré se movimenta com maior velocidade, as pequenas presas têm mais chances de escaparem aos predadores, motivo pelo qual ataques certeiros e furiosos acontecem em determinados momentos. Quando pescamos na galhada, é necessário provocar o robalo, fazendo com que a isca permaneça mais tempo na zona de ataque e segundos a mais no campo de visão dos predadores. É nesse momento que as iscas suspending devem entrar em cena.

Esse tipo de isca artificial é caracterizada por uma “ação suspensa” (suspending) com sua flutuabilidade neutra quando não é recolhida, seja ela rígida ou plástica. Esta isca quase não afunda ou só o faz muito lentamente, entre uma puxada e outra, que faz com que alguns segundos preciosos são dados, nessa “paradinha”, para que os predadores indecisos se decidam a atacar. A fabricação da maioria desses plugs é de plástico injetado e outros tipos de polímeros, garantindo uma maior riqueza de detalhes estéticos, tornando-os mais atrativos por parecerem com presas reais. A maioria destas iscas artificiais são ocas e possuem esferas internas responsáveis pela produção de sons que podem ser decisivos para que o peixe ataque, principalmente, quando a maré se encontra no reponto.

A essas importantes qualidades, devemos acrescentar seu trabalho simples, pois basta dar um ou dois toques de ponta de vara, secos e sempre curtos, intercalados com paradas repentinas de poucos segundos, para que a isca execute sua hesitante e sedutora dança na coluna d’água, imitando o nado de uma presa natural. A cada toque, a isca vai descendo sensivelmente, mantendo-se quase estática durante as “paradinhas”, que são momentos cruciais que exigem inclusive atenção máxima por parte do pescador, pois é quando o mais indeciso dos robalos acaba atacando o plug, por vezes chegando a engoli-lo por inteiro.

Além dos trabalhos nos toques e também nas paradas, é fundamental arremessar com o máximo de precisão junto às galhadas, piéres e demais estruturas onde os robalos poderiam estar. Isso é importante porque a isca deve se encontrar no que chamamos de “janela de captura”, distância na qual o predador se mostra disposto a atacar a isca. É claro que é preciso arremessar o mais próximo da estrutura ou, em casos em que está junto à margem, deve-se ultrapasssá-la pelos lados para que o plug possa passar por ela já numa profundidade adequada.

Além das galhadas dos mangues, alguns dos pesqueiros particularmente produtivos são os formados por pedras. Costeiras e ilhas sempre rendem boas fisgadas com este modelo de plug, que tende a nadar acompanhando o desnível da estrutura. Neste caso, a paradinha da isca suspending na meia-água dá o tempo certo para as abocanhadas dos peixes.

Em dias em que a água está mais clara em estuários e rios da serra, o peixe fica mais sensível à aproximação do barco ou à espessura da linha (ou líder) e é preciso escolher uma linha mais fina e camuflar ao máximo a isca (0,33mm). Com a sedutora ação suspensa de alguns modelos de iscas artificiais, você convencerá o rei do mangue a bridá-lo com a visão de seus inconfundíveis flashes prateados.

É por esses motivos que a suspending – a isca da paradinha – não pode ficar fora da caixa de nenhum pescador que se preze!
 

Equipamento recomendado
 
Varas: de 5’6” a 6’, classe 10-20 e 10-25 libras.
 
Carretilhas: de perfil baixo, com capacidade de 100 metros de linha 0,30 mm. Para iscas suspending, os modelos com relação recolhimento mais baixo (6.2:1 ou menos) são interessantes.

Linhas: de multifilamento de 14 libras (aproximadamente 0,23 mm), ou de monofilamento transparente de 0,28 a 0,35 mm para situações de água limpa. Neste caso, o líder pode até ser dispensado.
 
Líder: de fluorcarbono, entre 0,33 e 0,40 mm, indispensável quando do uso de linhas de “multi”.

Iscas: plugs com ação suspending entre 7 a 9 centímetros, geralmente de corpo fino e longilíneo, lembrando que quanto mais comprida a barbela, maior será a profundidade atingida.

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Fonte (adaptação):

- Pansera, César. “Na paradinha”. Pesca Esportiva. Edição 156. São Paulo: Grupo 1 Editora, 2010. p. 28-32.

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